Na última organização onde trabalhei, a cultura
organizacional era quase que absolutamente informal, sem que ninguém se
preocupasse em defini-la ou regulá-la com precisão. Entretanto, mesmo com essa
ausência de controle, em um parâmetro fundamental de uma empresa, todos os
colaboradores seguiam normas que eram compartilhadas por todos. A palavra Deus
era usada por todos, constantemente, sendo eles incapazes de definir com
precisão o que aquilo queria dizer, mas que, de alguma forma, trazia conforto e
satisfação quando pronunciada. As pessoas tinham como principal objetivo o
sexo, e todos valorizavam isso acima de tudo; no entanto, essas mesmas pessoas
associavam o acúmulo de capital a oportunidades de transarem com pessoas
melhores, e isso fazia com que elas se dedicassem a seus trabalhos,
assiduamente, pois pensavam que promoções e aumentos lhes proporcionariam mais,
e melhores, oportunidades de sexo. Essa mentalidade básica, que era seguida por
todos, sem exceções, era explicita naqueles que eram chamados de “peões” e
implícita, floreada e disfarçada, em pessoas que ocupavam cargos que exigiam
maior esforço intelectual. Aqueles que conseguiam disfarçar bem sua sexualidade
exagerada e doentia eram tidos como sendo educados e inteligentes. Um dia, um
desses seres “super-educados” disse que leu um livro de Freud; todos do seu
setor ficaram curiosos e o consideraram como sendo um dos poucos homens que
havia lido aquilo que consideravam como sendo uma espécie de “bíblia
contemporânea”. Em uma outra situação, um homem disse que havia ido na igreja;
ninguém entendeu o que queria dizer aquilo, então o homem tentou explicar o que
era: “Ah, eu fui por curiosidade, achei que era uma espécie de museu; chegando
lá peguei um papel na porta, que era tipo um itinerário, com músicas e textos.
Um homem com uma roupa esquisita ficava lendo um livro para as pessoas. Lá
dentro pude ver umas imagens e estátuas legais, mas quando tentei andar pelo
local, para vê-las melhor e mais de perto, percebi que as pessoas, pelas suas
reações, não aprovavam essa minha atitude, então retornei ao lugar onde estava
sentado e fiquei imitando o que todos à minha volta faziam.” Tudo mundo
continuou olhando, meio sem entenderem nada; então alguém falou: “Esse local
pode ser considerado como sendo um de clube do livro.” Aquele que havia ido à
igreja pensou por um momento e disse, logo em seguida: “Você tem razão, é
exatamente isso. Um grandioso clube do livro.” Todos acharam aquilo
interessante; o mesmo homem que havia definido aquele local como sendo um clube
do livro disse: “ E ainda dizem que a literatura está em baixa hoje em dia.”
Todos riram e voltaram aos seus afazeres.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Não confie em ninguém
A empresa Oleto
se preparava para um momento crucial de sua breve existência. A sociedade
limitada, que foi fundada há 7 anos e era especializada em processos de
automação inovadores — sendo a logística ousada, que integrava vários setores
da empresa, o principal diferencial. Mesmo com essa vantagem comercial
gritante, que reduzia em larga escala o tempo de realização dos serviços, a
empresa vivenciava um momento tenebroso.
A ampliação de um dos setores,
durante um momento econômico de recessão prolongada, havia reduzido
drasticamente o caixa; atrelado a essa redução exagerada, a companhia não
conseguia atrair novos clientes, novos projetos, fazendo com que os fluxos de
caixa se tornassem cada vez menores, obrigando os dirigentes a realizarem
massivos cortes de gastos, que incluíram demissões, reduções de cargas
horárias, racionamentos e reengenharia de processos.
Mesmo com a redução dos gastos, a
empresa não conseguiria se manter viva por muito tempo. A única esperança
consistia na entrada de um grande serviço, que estava sendo orçado e exigia
muito esforço por parte da reduzida equipe da Oleto.
O possível cliente, que era uma
multinacional de destaque, deixava clara a realização de múltiplos orçamentos,
com diferentes empresas. Esse fator aumentava, por si só, o nível de exigência
requerido aos funcionários. Entretanto, para agravar ainda mais o estresse que
a situação gerava, o possível cliente exigia a realização de tarefas e
apresentações periódicas, sendo elas as principais responsáveis por determinar
quem iria produzir o serviço grandioso.
Os setores de programação e hardware
se preparavam para uma apresentação conjunta, de extrema importância, que, de
acordo com os representantes da multinacional, seria a etapa decisiva em se
tratando da escolha do fornecedor.
O setor de programação possuía dois
funcionários: 1 dirigente e 1 engenheiro elétrico; muitos dos trabalhadores do
setor tinham sido demitidos, todos sendo indicados pelo dirigente. Os primeiros
dispensados do setor foram aqueles que não compartilhavam das ideias do
dirigente, de suas aflições e ódios. O único funcionário remanescente era
alguém que compartilhava das crenças e pontos de vista do seu superior
imediato. Os dois desprezavam o dirigente do setor de hardware, sendo esse
desprezo agravado em função da possibilidade de promoção, para o cargo de
diretor de processos, que estava vago e poderia ser preenchido em um momento
futuro, onde a situação econômica fosse melhor.
Rodrigo, o dirigente do setor de
programação, admitia a superioridade hierárquica de seus dirigentes. Ele
atribuía essa superioridade a oportunidades de estudos, as quais ele não teve,
fazendo com que ele se conformasse com seu papel inferior; no entanto, ele
constantemente se imaginava como possuidor de oportunidades similares, o que fazia
com que, em sua imaginação, se tornasse superior a todos os dirigentes, fazendo
com que desprezasse, até certo ponto, as posições de seus superiores, que, em
sua mente, poderiam ser muito melhores. Apesar desse desprezo oculto, Rodrigo
era solicito e sempre procurava agradar aos chefes, fazendo uso de expressões
completamente artificiais que poderiam ser identificadas facilmente através de
uma observação um pouco mais aprofundada. Ele mantinha tais relações com muita
habilidade, sem que ninguém desconfiasse dos motivos egoístas de suas ações,
que visavam nada além do que a autopromoção, nada além do que melhores
oportunidades dentro da empresa. Essa constatação, por mais simples que possa
parecer, não era obtida por ninguém, o que permitia a manutenção da estima dos
dirigentes, em função de atitudes falsas e calculadas. As pessoas nunca prestam
atenção em nada!
A subordinação e aceitação de
inferioridade — com muitos deslocamentos,
logicamente — de Rodrigo se restringia apenas
aos dirigentes. Em relação aos outros funcionários, ele não admitia se enxergar
como sendo inferior. A todo o momento em que isso ocorria, ele se sentia muito
mal e reduzido, fazendo com que se esforçasse ao máximo para desvalorizar
aquilo que lhe causava dor. De posse dessa característica intrínseca, ele era
exímio na tarefa de reduzir e desprezar os feitos alheios.
O trabalho excessivo, para a
preparação da apresentação via videoconferência, havia desgastado João, que
sofria com problemas de saúde. Essa debilidade inesperada fez com que ele
tomasse uma medida drástica.
Ele chamou Rodrigo em particular e
lhe pediu um favor:
“Oh, estou me sentindo muito mal.
Você poderia me fazer um grande favor?”
“Claro! É só falar. E, por sinal,
gostei muito da sua camisa, a cor é muito bonita, e os detalhes são
harmoniosos, além disso, ela parece ser muito confortável. Onde comprou?”
“Obrigado! Comprei em uma loja no
shopping, depois te passo o nome dela.”
“Ah, muito obrigado. Seria muita
gentileza de sua parte. E me desculpe pela interrupção, não pude evitar deixar
de fazer tal observação de algo que me agradou bastante. Por favor, continue
com o que queria me falar.”
“Oh, claro... Eu pensei que poderia
aguentar até a apresentação, mas vejo que me enganei em pensar dessa forma. Sinto,
nesse momento, que preciso, urgentemente, ir ao médico. Tenho medo de que não
consiga voltar a tempo para a apresentação. Gostaria de informar a algum dos
dirigentes sobre essa situação, mas nenhum deles se encontra presente no
momento. Tentei até mesmo ligar para um deles, mas deu ocupado, acho que eles
também estão se preparando para a apresentação...”
“Você tem certeza que não consegue
aguentar até a apresentação? Você não me parece tão mal, e sei que é forte e
pode aguentar até lá.”
“Bem que eu queria, mas é impossível, não estou me aguentando em pé.”
“Isso é uma pena! Em relação aos dirigentes, fui informado que eles estão
em uma reunião particular, elaborando algumas estratégias para conseguirem, na videoconferência
de hoje, fechar o serviço. Acho que você não deveria incomodá-los.”
“Entendo... Acho que você tem razão.”
Ele olhou receoso para Rodrigo, e, após um breve momento de hesitação,
disse:
“Meu amigo, eu realmente preciso ir ao médico. Se eu não voltar a tempo,
você poderia fazer a minha apresentação? Sei que é pedir demais, mas a situação
é urgente.”
“Não se preocupe, amigo. Farei isso por você. Antes, gostaria de saber se
preparou algumas referências impressas para a apresentação, Assim como também
gostaria de saber se sou o único a ser informado dessa sua partida inesperada.”
A expressão maliciosa de Rodrigo era gritante, mas não pôde ser percebida
por João, que era incapaz de relacionar algumas características a determinados
pensamentos e possibilidades, o que fazia com que os aspectos mais chamativos e
perigosos permanecessem incógnitos.
“Oh, meu amigo. Muito obrigado, muito obrigado mesmo! Eu separei algumas
folhas que estão na minha mesa e deverão ser utilizadas como referência para a
apresentação. E sim, você é o único a ser informado sobre isso; tentei aguentar
até a apresentação, mas vejo agora que não consigo, e que essa foi uma péssima
ideia, que fez com que eu me desgastasse ainda mais. Essa minha tentativa me
deixou ainda pior, fazendo com que eu não mais seja capaz de aguentar nada,
estou muito mal, preciso urgentemente ir ao médico. Você poderia avisar aos
dirigentes sobre isso? Você acha que pode realizar a minha apresentação? Ela é
de suma importância para o...”
Rodrigo o interrompeu e disse com convicção:
“Pode deixar comigo, João. Conheço o suficiente sobre o seu setor para
ser capaz de realizar a apresentação. Além disso, trabalhamos muito tempo,
conjuntamente, em nossas apresentações, aspecto esse que me permite apresentar
o seu trabalho, assim como lhe permitiria apresentar o meu.”
“Isso é verdade.”
Respondeu João, mais aliviado.
“Agora que já resolvemos esse assunto importante, acho que você deveria
ir, imediatamente, ao médico. Sinto muito em dizer isso, mas, realmente, você
parece estar muito mal. Pode deixar que avisarei a todos sobre sua ausência”
“Você tem razão, Rodrigo. Nem ao menos consigo me aguentar de pé. Vou
imediatamente ao médico, até mais. E, mais uma vez, muito obrigado.”
João saiu apressado, enquanto Rodrigo permanecia imóvel, absorto em
pensamentos intermináveis. Aquilo que se desenhava à sua frente parecia ser a
situação ideal, com a qual ele sempre sonhara. Em sua mente, ele se deparava
com a oportunidade ideal para desmoralizar João e torna-lo um personagem
secundário na disputa pelo cargo de diretor de processos.
Ele já havia imaginado todos os aspectos que o beneficiariam. Ele iria
fingir-se surpreso, assim como todos os presentes na apresentação, com a
ausência de João. Ao mesmo tempo, ele planejava tentar realizar a apresentação
alheia, com isso mostrando comprometimento para com o projeto, característica
essa que ele iria se esforçar para mostrar que o outro dirigente, que se
ausentou, não possuía.
O plano inescrupuloso deveria ser muito bem executado, pois qualquer
falha poderia fazer com que tudo aquilo se voltasse contra ele.
Mesmo com uma grande possibilidade de erro, Rodrigo se sentiu confiante,
e encarava aquela situação como sendo a oportunidade perfeita, e única, podendo
até mesmo resultar na demissão de João. A época tenebrosa pela qual passava a
empresa não descartava tal possibilidade. Em sua mente uma linha de pensamento
o encantava: “Muitos funcionários foram demitidos sem nenhuma falta grave,
imagine o que ocorrerá, nesse momento delicado pelo qual passamos, com um
funcionário que comete uma falta grave, ainda mais relacionada com o projeto
mais importante da existência dessa empresa. Com certeza ele será demitido e eu
não mais terei concorrentes para a posição de diretor de processos”.
Esses pensamentos percorriam, incessantemente, a sua mente.
Naquela noite, durante a videoconferência, Rodrigo apresentou sua parte
do projeto e tentou apresentar a parte de João, sempre salientando a falta de
respeito do colega em não o avisar sobre sua ausência. A todo o momento ele
salientava o fato, fazendo com que os dirigentes, que estavam presentes na
apresentação, se sentissem ainda mais inconformados com aquela ausência
inesperada.
Os representantes da multinacional se sentiram incomodados com a
ausência, considerando-a como uma falta de comprometimento imperdoável, que
colocava em dúvida a capacidade da Oleto em cumprir as tarefas que deveria
executar para a realização do grandioso serviço, sendo essas suspeitas
suficientes para abalar a confiança e, consequentemente, a possibilidade de realização
de negócios.
Essa característica fez com que a ausência de João fosse agravada ainda
mais.
Ao mesmo tempo que a Oleto perdia sua principal chance de salvação,
Rodrigo se esforçava para deteriorar, ainda mais, a imagem do colega, que, após
retornar à empresa depois de alguns dias internado com pneumonia, se tornou
absurdamente abjeta.
Mesmo
com suas tentativas esforçadas de defesa, a mentalidade dos dirigentes já
estava decidida. Em função daquilo que consideravam ser uma ausência sem aviso
prévio, sem qualquer tipo de comunicação a quem quer que fosse, em um momento
de extrema importância para a empresa, e que comprometeu um projeto importante,
João foi demitido e o seu setor foi integrado ao setor de programação.
A tale about love and stupidity
She always been an unusual girl,
obscure. On her face was possible to verify that she was unable to control herself;
this aspect was accompanied with a strong impression of a person who overflow,
exhaling an intense energy, profound and savage, in all directions. The lack of
illusions or a stablished structure, or way, made her able to see many aspects
that were hidden to the other persons, because their illusions and well defined
mental structures. This aspect made her extremely inconstant, mutable,
mysterious and unpredictable, being dependent of the external environment do
define her character, being a whole new person depending on each situation that
she was facing. With this mutable aspect of her constitution, she constantly
felt as if her world was falling apart; the absence of defined structures, of
illusions and mechanisms that make feelings less intense, made her feel a deep
strength, coming from the deepest spots of her mind, every time when she faced
a new situation, or a deconstruction that destroyed her weak structures, her
mutable structures, and made her feel low, feel bad, attribute that inspired her
to change these obscure and terrifying scenarios that were formed in her mind.
That strength was something that make people jealous, for sure; however, for a
spectator who pays more attention was possible to identify a deep trauma, an
unusual mental constitution, as the generator of all that wild impulse, of all
that will. It seemed that she possessed a rare ability that I have never seen
before; her mind had kind of a huge capacity of imagination, an incredible
ability of giving a rational interpretation to many of her deep feelings,
attribute that make her deconstruct every well directed and strong unconscious conceptual
construction in her mind, making her face the reality without illusions or
ideas that make things easier and less intense. Her energy was created by scary
scenarios, by hurtful memories, and has as a goal changing everything that
bothers her, transforming the painful scenarios. Every new activity, every new attempt, was
seen, by her, as a chance of salvation, as an opportunity to change everything
that terrifies her. Everyone should have the opportunity to see her, to see her
capacity of trying, that was almost unbelievable; constantly I saw her body full
with cuts, bruises, burns and injuries, all in function of her intense
attempts, or, to be more precise, almost everything.
Some
of her scars and bruises were not descendant only of her untamed will; and it
seemed almost unbelievable — for a girl who loves to be alone and who pushed away, wisely and
carefully, everyone who tried to know her better, who tried to approach her, motivated
by her special aspects that in the minds of the admirers make them imagining as
being owners of these characteristics that make them felt more potent and
strong as never before — that a few hurts on her body were caused by people who were next to
her. I have never saw someone being so hated, it is serious, and the reasons
for that were vast and multiple. In the first place, people around her hated
her almost unconsciously, these sensations came as if they where something
profound and mysterious, as a strong feeling that they did not have enough imagination
and a logical capacity to measure with precision, to bring out from the dark
corners of their minds and to set in a more illuminated spot, making them
acting in function of these unconscious feelings and interpretations without
being able to measure, control and change them. When she entered in any place
it seemed as if she was kind of a wrecking, a wild destruction capable to
pulverize any well directed mind structure; only with her intense and unique
way of being she made everyone starts to question their most profound
illusions, that even with a small touch of doubt made people desperate, making
them hate, intensely, what started this despiteful feeling. In other persons,
her unusual way stimulated an intense curiosity, a deep and strong admiration;
she, that presented a constitution absolutely new, cannot be defined with
precision by anyone, this happened in function of the lack of similar
references that could be used as a base for a possible classification; without
an usual reference she was developed only by other’s people imagination, that
we all know that are unreal and exaggerated, making her become an intense and
beautiful symbol, that promised unimagined rewards in the deepest spots of
other people’s mind; and the common sense have the courage, the ignorance, to
say that beauty is only a symmetric facial
traits, or a body that is the latest trend… This reason, that only seems to
stay away from a profound hate, made many people try to talk to her, to know
her, and they were rejected, rapidly, by that different and special person. The
motivation for these rejections was obvious: Those people were limited and
cannot proportionate nothing to a person like her; their lack of imagination,
that make them susceptible to things that people say to them as being the truth
about the reality, made them had a small mind, that only could have simple and superficial
interpretation about feelings and things; in this aspect, they always found the
sexuality as being their most strong impulse and motivation, making them
imagining everything as being a sexual relation to them, this characteristic make them not dig their
minds in a more deep and multiple way, because of their well directed concepts
that could only see thing in a sexual way and nothing else. Even with a polite
rejection, she caused damages to the inflamed egos of her admirers; because of
being in front of something far beyond their own capacity, their own being,
these admirers felt reduced, being necessary, at any coast, deconstruct that
intense image in their heads, that caused a huge bad sensation, making them
felt low. This depreciation was executed efficiently by many people and,
consequently, the blind, stupid and susceptible ones absorb every words said by
damaged egos as if were unquestionable truths. To be more precise, these
ridiculous people gave a connotation of certainty and truth to painful and
insecure declarations of the admirers, making them becoming estimated by these
old admirers by reassuring and confirming insecure concepts, about people that
they never really interacted with. Another motivation for hate was brought by
all that unusual impetus, all that beauty and intensity of that amazing person,
that made people realize how much they were limited, small, unconscious, this
sensation was abandoned with the depreciation and the hate against the one who
started these feelings.
The
reunion of these reasons created a generalized hate that constantly made every
action of the unusual girl be interpreted as being futile, stupid and evil,
creating a bad interpretation for all her acts, being this bad interpretation
created by the worst things that the haters could imagine. In these minds, that
always run away from strong feeling, from guilty, the capacity to have bad
feelings about other people are amazing, extremely well developed, making these
persons to be able to imagine, rapidly, many bad aspects and motivation to
anything, creating an awful connotation to whatever they want. In these
unconscious minds this act of self protection were interpreted in a wild way,
acquiring huge and unreal proportions, making the act of hating someone or some
idea even more intense, even more dangerous to the people that they don’t like,
to the ones who make them felt bad about themselves. Remembering some moments,
I feel amazed to know that she is still alive; I will never forget when five
girls tried to beat her and, even after being stabbed by one of the aggressors,
she passed out three of them and made two other girls run away desperately.
This last story was extremely
unusual and dangerous, demanding, for sure, an intervention coming by me, the
only person truly capable of realize all her rarity and all the perfection of
that girl, but that I felt incapable to do. This incapacity was not descendant of
cowardice or anything like that, but was fruit of a delusional curiosity, of an
intense will to know the truly dimension of things, their real aspects,
exploring these things by experiences, feelings, and organizing and giving
meaning with my imagination and my logical capacity; having this profound will,
primarily I destroyed my ego, that made me keep distorted interpretation about
the reality, and, consequently, I struggle myself to live uncommon and intense
situations, many times creating them by myself, waiting that with this I could
be able to made a profound and essential discovery. In that time I was young
and hopeful, and thought that I possessed a powerful brain, capable to
interpret, to imagine, to reunite the truly dimension of my feeling and things
around me… Ah, sweet illusion. That fight was only one more occurring that I
cannot measure with precision, one more experience that was inutile, that did
not reveal nothing and almost cost the life of the person that I like the most…
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