quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Em busca do tempo perdido


               Existem duas interações psíquicas que estão presentes nos seres humanos: a relação entre o ego e o superego — relação punitiva, limitadora e impositiva — e a relação entre o id e o ego — relação de liberdade e plenitude. As lembranças de nossas vidas estão relacionadas a essas duas interações psíquicas, uma que precede a imposição da realidade, e remete à época em que o indivíduo autossuprimia suas necessidades (id e ego), e a outra que está relacionada com as imposições e expectativas sociais (superego e ego). Um mecanismo social de alienação e extinção da análise existencial é o esquecimento; com ele o indivíduo não explora e define um acontecimento, ele apenas o abandona, mantendo inabaláveis os conceitos e as imposições sociais. Refletir constantemente é essencial para que analisemos os nossos conceitos e memórias que nos direcionam na vida, permitindo-nos estabelecer o verdadeiro significado das coisas presentes em nossa mente, e tornando-nos os regentes de nós mesmos, assim recuperando o tempo perdido e retornando ao estado inicial de autossupressão existencial, restabelecendo a interação entre o id e o ego, sem que conceitos externos infundados incomodem essa relação.

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