Em um dia normal, de clima quente, com um céu
azul, contendo algumas poucas nuvens, que dançavam harmoniosamente,
alterando-se a todo o momento e podendo ser interpretadas das mais variadas
formas, dependendo apenas do observador e da sua maneira de pensar. Todos os
fatores materiais eram comuns, e não possuíam nenhuma anomalia gritante, que
fosse capaz de descaracterizar aquele dia como sendo um dia corriqueiro. Mas
quem poderia imaginar... Mesmo em um dia banal, alguém está encostado em uma
piscina de fibra, olhando para o céu de múltiplas interpretações com um
semblante incomum, profundamente pensativo; com os braços apoiados na borda, um
homem permanece imóvel, ele está absorto em seus pensamentos e parece nem
sentir a água refrescante tocar a sua pele. Em um dia pacato, comum, ele
apresenta uma aparência profundamente consternada, como que se estivesse
desesperado. Essa feição é tão discrepante, mas tão discrepante, quando
comparada ao ambiente em que esse homem se encontra, que tudo à sua volta parece
não ter mais nenhuma importância; o dia banal se torna um cenário de fundo,
longínquo e irrelevante. Aquele rosto incomum e profundo é capaz de atrair
todos os olhares, fazendo com que tudo à sua volta se torne irrelevante. É
impossível não prestar atenção, é improvável que alguém não se sentiria
atraído, ou, melhor dizendo, seria incomum alguém não se sentir sensibilizado e
magnetizado por aquele fenômeno incomum, sentindo-se, qualquer um, obrigado a chegar mais
perto, necessitando enxergar melhor, entender melhor aquilo que tanto
encantava; como que hipnotizadas, as pessoas se aproximariam, tentando chegar o
mais próximo possível, chegando perto, cada vez mais perto, hipnotizadas por
aqueles olhos castanho escuro profundos, até que batessem na testa daquele
homem solitário, desse modo se tornando perceptível o limite, o máximo de
aproximação que podem alcançar. Mesmo suscitando toda essa curiosidade, ele
permanece sozinho, isolado, absorto em pensamentos que parecem ser penosos, mas
que não nos é possível entender por completo. Talvez seja esse mistério que
tanto nos fascina, e também nos faz perguntar: “O que será que incita
pensamento assim tão profundos?” “Será que esse homem enxerga coisas que nós
nunca seremos capazes nem de imaginar?”
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