O homem sem
imaginação deve se sentir feliz, pois não possui uma característica que torna a
vida ainda mais complexa, ainda mais difícil.
Incapaz de fazer associações
próprias, os seres sem imaginação se adaptam facilmente àquilo que é imposto a
eles. Por causa da falta de imaginação, provavelmente essa assimilação será
lenta, assim como exigirá que os conceitos, a serem assimilados, sejam simples
e não muito diferentes daquilo que estão costumados a enxergar, não contendo
relações complexas e inovadoras, desse modo permitindo a assimilação dos mesmos
por um ser intelectualmente limitado. A lentidão e a restrição do aprendizado
são compensadas pela ausência da criação de concepções múltiplas, aspecto esse
que incomoda, e muito, os seres dotados da capacidade de imaginar as coisas e
estabelecer conceitos.
Por causa da ausência de parâmetros múltiplos,
em suas mentes, os conceitos morais são tratados como dogmas, pelos indivíduos
intelectualmente limitados, garantindo que suas ações estejam sempre de acordo
com os conceitos morais. Esse aspecto, que evidencia a incapacidade dessas pessoas
de criarem e analisarem conceitos por si próprios, faz com que exista a necessidade
de uma ordenação superior das coisas, sendo essa ordenação criada por um líder,
ou, até mesmo, por um Deus.
Esses seres possuem um olhar
limitado, que apenas enxerga as concepções limitadas que eles possuem, dessa
maneira restringindo a multiplicidade de conceitos e de causas que determinam
as coisas, e estabelecendo relações, com as coisas, que não transmitem, não
englobam, o real funcionamento, a verdadeira dimensão, daquilo que observam.
Infelizmente, os seres
intelectualmente limitados são a maioria, e implementam e obrigam todas as
pessoas a aderirem às suas concepções limitadas sobre o mundo e os
acontecimentos.
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