De repente algum pensamento,
sendo ele incitado por algum acontecimento, ou podendo ocorrer de forma
espontânea, faz com que desenvolvamos um cenário obscuro e desesperador na
nossa mente. Perante essa nossa estrutura desesperadora, onde nos sentimos
oprimidos perante as características do mundo à nossa volta, sentimo-nos
impelidos a agir, a fazer algo que altere, que substitua nosso espírito desesperador.
Nesse contexto, talvez a sexualidade
seja a nossa atitude mais primitiva, tendo como intuito amenizar o cenário
desesperados com o qual muitas vezes nos deparamos. Nesses casos, sentimo-nos
impelidos ao gênero que mais nos agrada, ao gênero que estruturamos em nossa
mente como sendo o responsável por nos proporcionar o único objetivo da nossa
existência, por nos proporcionar a potência máxima, por nos proporcionar o
nirvana.
Durante a interação sexual, nosso
espírito adquiri novas nuances, sendo elas satisfatórias, desse modo oferecendo
um cenário mais aconchegante, mais tranquilo, fazendo com que nossa alma
abandone o cenário anteriormente desesperador e aumente sua potência em um
cenário menos opressor, desse modo fazendo com que nos sintamos mais
satisfeitos.
No entanto, nossa satisfação
geralmente dura pouco; logo nos vemos novamente deparados com os agentes que
incitam pensamentos penosos, que incitam a construção de um ambiente, no qual
estamos inseridos (espírito), que é desesperador para nós.
Novamente, em função do cenário
opressor que se forma na nossa mente, sentimo-nos impelidos a agir de novo, a
novamente executarmos ações que façam com que transformemos nosso espírito, que
façam com que, novamente, o tornemos um cenário satisfatório.
Esse ciclo pode ser considerado como
sendo eterno nos animais e na maioria das pessoas. Na nossa vida os verdadeiros
agentes que nos incomodam nunca serão pormenorizadamente investigados, sanados,
restando a nós apenas ações impulsivas, que somente nos fornecem soluções
provisórias para os verdadeiros problemas.
No entanto, diferentemente da
maioria das pessoas, alguns seres humanos adquirem um conhecimento e um poder
de controle sobre a mente que impressionam. Eles se tornam capazes de mensurar
as profundezas do intelecto, assim como são capazes de entender a maneira como
seus conceitos estão estruturados em suas mentes. De posse dessas informações
preciosas, esses seres raros são capazes de sanar o desespero, gerado por uma
construção espiritual abjeta, apenas com a sua imaginação, assim como são
capazes de estruturar cenários, em suas mentes, que os permitam direcionar toda
a sua força rumo a objetivos que eles almejam, racionalmente, alcançar.
Em um número relativamente alto de
seres humanos, podemos observar a substituição do sexo por outra atividade que
adquiri o poder de proporcionar parâmetros espirituais satisfatórios.
Entretanto, o ser raro se diferencia dessas pessoas por ser capaz de
direcionar, de forma racional, suas ações.
Ah, a mente é tão vasta, e nossa consciência
pode se tornar tão abrangente e eficiente, mas, para a infelicidade da maioria
das pessoas, alcançar conceitos profundos e estruturar uma consciência abrangente
são tarefas perigosíssimas, que, a princípio, exigem que o indivíduo suporte
uma dor insuportável, sendo ela totalmente desnecessária, sendo ela coerente
apenas aos teimosos destemidos, que não possuem nenhuma consideração pela vida.
Por causa dessa característica,
provavelmente meus textos, minhas ideias, podem ser compreendidos por poucas
pessoas; para a grande maioria, minhas ideias serão, para sempre, esdrúxulas e
incoerentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário