À
cada novo trabalho sinto-me, em parte, receoso, preocupado. Esse sentimento
parece surgir em função da possibilidade de me encontrar perante um cenário que
irá me reduzir, que irá me fazer sentir impotente, diminuto. Por causa dessa
minha linha de pensamento, busco não estender meus escritos em demasia, o que
me permite evitar deparar-me com um cenário que me fará sentir impotente; o
mesmo ocorre durante minhas leituras, não as estendo por medo de me deparar com
situações que sou incapaz de entender de imediato.
Percebendo
esse meu receio profundo, tentei analisá-lo mais pormenorizadamente, almejando
observá-lo em outras situações da minha vida. Após uma longa análise, percebi
que esse receio é uma característica intrínseca em mim, presente em todas as
situações da minha vida.
Esse
medo de reduzir-se, essa impotência relacionada a novas atividades, que exigem
um novo arranjo de nossas concepções e que, a princípio, nos fazem sentirmo-nos
reduzidos e deslocados, talvez seja a principal característica que nos faz
evitar o novo, que nos desestimula a empenharmo-nos profundamente a uma tarefa.
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