A
bondade dele era contagiante, radiante, aconchegante. Sua expressão transmitia
uma áurea santa, dotada apenas das qualidades mais nobres, evoluídas e
altruístas. A sensação que ele incitava nas pessoas à sua volta eram sempre as
melhores, fazendo emergir, das profundezas do intelecto, as melhores
características, as impressões mais satisfatórias e belas.
Sua
constituição impecável, que possuía apenas os pensamentos mais belos, encantava
as pessoas mais exigentes e sensíveis, que sempre eram as mais belas e
inacessíveis.
A
admiração em demasia, que até os seres mais evoluídos nutriam por ele, não veio
sem consequências maléficas.
Todos
os seres limitados, egoístas, mesquinhos e de espírito diminuto e preguiçoso,
que ansiavam por manter relações unilaterais com aquelas pessoas que encantavam
a todos, sentiam-se inferiores ao indivíduo que era estimado por todos, e isso
incitava uma onda de ódio que era compartilhada por todas as pessoas
mesquinhas. Além disso, os seres limitados se sentiam pessoalmente afrontados
por aquele ser que eles tanto odiavam; quando interagiam com ele, sentiam um
resquício de indiferença durante o momento em que tentavam expor suas histórias
pedantes, que eram contadas com o intuito de impô-los e fazer com que se
sentissem superiores a todas as pessoas.
Nesse
contexto, elas analisavam todas as ações daquele ser tão estimado e
interpretavam de forma abjeta todos os seus atos, característica essa que lhes
permitia construir uma imagem ridícula em suas mentes, desse modo curando seus
gigantescos egos, que se sentiam diminuídos e afrontados por aquele ser.
Amado
por poucos e odiado por quase todos; essa é a sina dos santos.
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