Minhas análises são complexas,
abrangentes e ininterruptas; desde sempre me esforcei para fortalecer o meu
espírito, e hoje posso considerá-lo forte, imponente, inabalável, incansável.
Em cada nova tarefa, em cada novo
ambiente ou situação, que exigem uma construção conceitual quase que completa,
não me sinto cansado, aterrorizado, ou impotente, acuado, com minha alma se
tornando diminuta e insegura, a ponto de introduzir em minha mente o desespero
profundo e insuportável, que abastecia meu corpo com uma energia proveniente
das profundezas do intelecto, e que era direcionada, com violência, a uma
tarefa que prometia, ao menos em minha mente, expandir minha alma, até que essa
atingisse as dimensões do espírito, dessa forma sanando meu desejo primordial.
Essas características, antes tão comuns, tornaram-se parâmetros longínquos, que
não mais estão presentes em minha vida, em minhas atitudes.
Diferenciando-me, por completo,
daquele indivíduo que eu era há, o que passou a ser, muito tempo atrás, hoje me
sinto completamente separado de uma concepção individual primitiva,
anteriormente primordial e inquestionável, que impunha concepções
pré-determinadas à minha alma. Sem um direcionamento fisiológico e limitado,
sinto-me capaz de estruturar qualquer tipo de arranjo da alma, tornando-a maleável
e independente de aspectos físicos, e direcionados estritamente às minhas
particularidades, sem levar em consideração parâmetros exteriores a mim.
Desde que adquiri esse arranjo
psíquico, que considero evoluído, tornei-me capaz de sentir aquilo que muitos
classificam como sendo o nirvana, a realização do desejo primordial do
intelecto. Quando um arranjo de alma não mais me é necessário, eu simplesmente
o abandono, deleto, e, por um curtíssimo período de tempo, sinto a satisfação
mais sublime, mais perfeita; possuindo a máxima potência possível, sinto-me ocupando
toda a dimensão do espírito, sinto-me pleno, em êxtase. Mas esse acontecimento
dura muito pouco, logo minha mente estrutura um novo arranjo de alma e me vejo
apartado da satisfação mais sublime.
Durante o retorno do nirvana, o
ambiente, no qual estou inserido, e que foi percebido por mim sem filtros, sem
deslocamentos, em toda sua intensidade exacerbada, vai sendo reconstruído, e,
às vezes, adquiri uma interpretação completamente diferente daquela que
anteriormente direcionava e ocupava a minha mente.
Tendo consciência desse arranjo
abrangente, empenho-me, muito raramente, em sentir o nirvana, pois, na maior
parte do tempo, encontro-me atarefado, preocupado em estruturar uma alma e um
espírito que melhor me situem em meio ao ambiente e aos meus objetivos, tarefa
essa que exige uma construção contínua, acumulativa, tornando-a, desse modo,
uma estrutura que eu não gostaria de abandonar tão facilmente, ou, melhor
dizendo, desnecessariamente.
Após a elaboração e a implementação
de todos esses conceitos, que considero incrivelmente condizentes com tudo
aquilo que percebo, que sinto, considero-me detentor de habilidades e de
conhecimentos raros, que me permitem tornar-me mais eficiente e abrangente, fazendo
com que o cenário complexo e múltiplo da existência, que se aproxima da
realidade, não mais seja penoso para mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário