Camus
faz com que o absurdo que nossa existência se torne uma região satisfatória e
agradável da nossa existência, quando, na verdade, o vazio sempre atormentou a
todos, chegando até mesmo a fazer Dostoiévski dizer que no futuro o homem
nascerá de uma ideia, dessa forma não tendo a infelicidade de presenciar o
desespero que está presente no vazio da existência; ao mesmo tempo, Freud
afirma que, no futuro, a humanidade ampliará, ainda mais, sua alma, seus
mecanismos de proteção e deslocamentos, passando a aceitar, prontamente, os parâmetros
existenciais que nos são impostos. Além dessas declarações, muitos outros
autores se depararam com o mesmo desespero, que sempre incomodou a humanidade.
No entanto, Camus apresenta sua proposta para a existência, e a faz parecer
simples, de fácil aplicação, proposição essa que a literatura e as nossas experiências
refutam facilmente. Mas, mesmo com a distância entre o que é exposto por Camus
e a realidade e as nossas projeções — que muitas vezes nos atrapalham —,
os argumentos expostos no livro são válidos e muito interessantes; a vida, de
acordo com os parâmetros de Camus, seria realmente incrível, realmente
consciente e evoluída. É preciso que nos arrisquemos, com o intuito de
adquirirmos uma existência consciente e evoluída, nem que para isso seja
necessário enlouquecermos; é preciso que exploremos a vida e que consigamos
viver na realidade, o futuro da humanidade não pode, em hipótese alguma, ser a
cegueira.
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