quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Angústia desnecessária

            À cada novo trabalho sinto-me, em parte, receoso, preocupado. Esse sentimento parece surgir em função da possibilidade de me encontrar perante um cenário que irá me reduzir, que irá me fazer sentir impotente, diminuto. Por causa dessa minha linha de pensamento, busco não estender meus escritos em demasia, o que me permite evitar deparar-me com um cenário que me fará sentir impotente; o mesmo ocorre durante minhas leituras, não as estendo por medo de me deparar com situações que sou incapaz de entender de imediato.
            Percebendo esse meu receio profundo, tentei analisá-lo mais pormenorizadamente, almejando observá-lo em outras situações da minha vida. Após uma longa análise, percebi que esse receio é uma característica intrínseca em mim, presente em todas as situações da minha vida.

            Esse medo de reduzir-se, essa impotência relacionada a novas atividades, que exigem um novo arranjo de nossas concepções e que, a princípio, nos fazem sentirmo-nos reduzidos e deslocados, talvez seja a principal característica que nos faz evitar o novo, que nos desestimula a empenharmo-nos profundamente a uma tarefa.

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