segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Passaremos a nascer de um dogma?

            Camus faz com que o absurdo que nossa existência se torne uma região satisfatória e agradável da nossa existência, quando, na verdade, o vazio sempre atormentou a todos, chegando até mesmo a fazer Dostoiévski dizer que no futuro o homem nascerá de uma ideia, dessa forma não tendo a infelicidade de presenciar o desespero que está presente no vazio da existência; ao mesmo tempo, Freud afirma que, no futuro, a humanidade ampliará, ainda mais, sua alma, seus mecanismos de proteção e deslocamentos, passando a aceitar, prontamente, os parâmetros existenciais que nos são impostos. Além dessas declarações, muitos outros autores se depararam com o mesmo desespero, que sempre incomodou a humanidade. No entanto, Camus apresenta sua proposta para a existência, e a faz parecer simples, de fácil aplicação, proposição essa que a literatura e as nossas experiências refutam facilmente. Mas, mesmo com a distância entre o que é exposto por Camus e a realidade e as nossas projeções — que muitas vezes nos atrapalham —, os argumentos expostos no livro são válidos e muito interessantes; a vida, de acordo com os parâmetros de Camus, seria realmente incrível, realmente consciente e evoluída. É preciso que nos arrisquemos, com o intuito de adquirirmos uma existência consciente e evoluída, nem que para isso seja necessário enlouquecermos; é preciso que exploremos a vida e que consigamos viver na realidade, o futuro da humanidade não pode, em hipótese alguma, ser a cegueira.

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