Oh! Tão estimada Ofélia. Sob essa luz crepuscular,
Nem sou capaz das palavras
encontrar,
Que possam definir tanta beleza, tanta
harmonia.
Minha mente já se perdeu,
E o culpado não sou eu...
Mas sim sua beleza extasiante.
Faça de mim seu amante!
O mundo quero lhe dar.
Faça de mim seu amor!
E viverei em eterno êxtase.
Minha alma tão indecisa e diminuta, só com você é plena.
Seus olhos chegam a perscrutar meu
recanto mais profundo,
Onde todo homem é moribundo, escravo do que acha que deve
ser.
Quero retribuir esse seu olhar, e tocar no fundo da sua
alma.
Tarefa que me esforço para
conseguir,
Mas termino por nada encontrar.
Deve ser minha inexperiência, a
falta de vivência
Que não me permite interagir com o
ser mais perfeito.
Infelizmente, tenho muita
consciência,
E uma dúvida ela em mim faz brotar:
Será você...
Recuso-me a falar!
Mil vezes abjeto, até mesmo por
apenas pensar,
Chegar a duvidar de sua perfeição.
Deve ser a joia mais rara, que se
esconde com primazia,
Entregando-se apenas ao mais
valente, mais imponente e digno.
E esse eu prometo ser,
Farei de tudo por você!
Prometo falar-te tudo que está em minha mente.
Entregar-me-ei por inteiro, de
corpo e alma,
Sendo nem uma vida ulterior capaz
de me fazer esquecer,
O que se apregoou tão intensamente no espírito.
Prometi, a ti tudo falar,
E uma dúvida me faz questionar
Esse seu olhar vazio:
Será a expressão de quem muito
sabe,
Ou o olhar do ser inferior,
destituído de tudo
Que torna o homem grande?
Desculpe-me por chegar a pensar assim,
A culpa é dessa consciência dentro
de mim,
Que tudo questiona, a todos indaga,
Que nunca se contenta, nunca para!
A uma pergunta ela não me deixa
escapar:
Será
você, tudo aquilo que me faz pensar?
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