Em busca do tempo perdido
Existem
duas interações psíquicas que estão presentes nos seres humanos: a relação
entre o ego e o superego — relação
punitiva, limitadora e impositiva — e a relação entre o id e o ego — relação
de liberdade e plenitude. As lembranças de nossas vidas estão relacionadas a
essas duas interações psíquicas, uma que precede a imposição da realidade, e
remete à época em que o indivíduo autossuprimia suas necessidades (id e ego), e
a outra que está relacionada com as imposições e expectativas sociais (superego
e ego). Um mecanismo social de alienação e extinção da análise existencial é o
esquecimento; com ele o indivíduo não explora e define um acontecimento, ele
apenas o abandona, mantendo inabaláveis os conceitos e as imposições sociais.
Refletir constantemente é essencial para que analisemos os nossos conceitos e
memórias que nos direcionam na vida, permitindo-nos estabelecer o verdadeiro significado
das coisas presentes em nossa mente, e tornando-nos os regentes de nós mesmos,
assim recuperando o tempo perdido e retornando ao estado inicial de
autossupressão existencial, restabelecendo a interação entre o id e o ego, sem
que conceitos externos infundados incomodem essa relação.
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