Encontro-me em meio a pessoas de
semblantes destituídos de qualquer força ou profundidade, as conversas são
sempre insossas e desinteressantes, sempre fico entediado. Todos são tão
diminutos e medíocres, que os únicos momentos em que me sinto satisfeito são
aqueles nos quais me encontro completamente isolado, o que para todos os que me
enojam é uma ideia inconcebível. Eles possuem uma constituição tão absurdamente
abjeta que a menor fração de tempo isolados, em sua mesquinharia,
proporcionaria um desespero insuportável. Esses seres ressentidos e cheios de
ódio direcionam suas frustrações, transformadas em desprezo e agressão, para
todas as coisas que são um pouco diferentes daquilo com que eles estão
acostumados e que foram ensinadas como sendo as únicas possibilidades, eles
também se revoltam contra aquilo que não lhes foi introjetado como sendo sagrado
e essencial e que suscita uma linha de pensamento nova e assustadora, restando
a eles a repressão e a destruição de tudo o que for diferente do status quo.
Eu, que não quero me deparar com mais dificuldades do que as intermináveis
questões que a existência me propõe, sou cauteloso em relação ao meu isolamento
e às minhas particularidades totalmente discrepantes, quando comparadas às
condutas comuns; finjo ser um deles, mas por dentro possuo as virtudes mais
elevadas e a intensidade mais selvagem e potente.
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